terça-feira, 21 de agosto de 2012

Sabe quando nem todas as mensagens do mundo são suficientes! Quando você procura em tudo que já foi escrito e não acha nada que possa falar por você. Um sentimento que nem mesmo os grandes poemas podem traduzir. Porque existe um tipo de sensação que as palavras não podem expressar e que os poetas mais talentosos nem ao menos chegarão perto de escrever. Um tipo de pensamento que o papel não capta e nem o mais eloquente dos homens é capaz de explicar. Por ser tão intenso, por ser tão sublime, chega a quase ser irreal. É tão de quem sente, é tão dentro do eu que chega ser engraçado quando se revela pelo outro. Existe um tipo de sorriso que a caligrafia não traduz.
E é exatamente esse sorriso que eu quero te dar.

Dizem que é preciso muito pra conquistar alguém, mas eles esquecem que às vezes a gente se apaixona por um sorriso.

Só pode dar a volta por cima quem já esteve por baixo. Continuar lamentando é cavar mais fundo o buraco, que ainda assim nem é tão fundo, mas a nossa visão distorcida das coisas pode crer que é pra sempre. Acho que toda pessoa rejeitada precisa de mais confiança do que pena. Da mesma forma que uma galinha precisa de mais pena do que confiança. Triste, a gente inverte tudo e coloca nossa esperança no lugar errado. E quando o outro erra a gente se desespera, porque esperava demais de alguém que não podia nos dar nem metade. A gente se machuca...
Nessas horas encarar os fatos é o primeiro passo. Esquecê-los, o segundo. E a gente nem precisa muito pra sair da fossa, se não a vontade de não permanecer nela. Lembrar nesses dias – e em todos os outros – das pessoas que nos amam é o melhor remédio. Ouvir nossas músicas prediletas a própria cura. Deus não nos criou pra sofrer, mas usa o sofrimento para nos ensinar coisas importantes sobre a criação: de sonhos, novos planos e quem sabe um novo amor.
A gente deve aprender a lembrar da gente com a mesma facilidade que tivemos pra esquecer. Uma decepção faz a gente acordar. Mas o fato é que só acordado a gente pode viver. Numa dessas decepções da vida, nunca esqueça: eu, Deus e quase todo mundo somos mais você!

O amor sempre estará em um dos extremos: o de amar demais ou não amar ninguém!

Com o tempo a gente aprende que ninguém precisa de um amor perfeito. A gente só precisa de um amor que nos faça buscar a perfeição. Eu não quero um amor que me faça voar, eu quero um amor que me faça acreditar que voar é possível. Casamento é só uma maneira de encontrar seu melhor amigo sem precisar sair de casa. Dizem que falar de amor é clichê? Clichê, pra mim, é não falar de amor.

O melhor remédio só será o tempo quando a maior doença não for a saudade. Os dias longe são a própria lenha do sentimento. E não há foto que amanse e nem lembrança que a apague. A distância ateia fogo onde não pode e longe o pensamento teima a obedecer. É no intervalo entre a despedida e o rever que se encontra o verdadeiro sentido de gostar. Porque o amor acontece longe e quieto. Tão quieto e solitário que ninguém sabe. Tão barulhento e imenso que é preciso contar a alguém. Aí é como se em cada palavra a gente fosse ficando perto de quem gosta e em cada desabafo quem gosta fosse ficando perto da gente. E só no final da conversa a gente descobre que ninguém ficou perto de ninguém. E se a conversa aconteceu dentro de um ônibus, na verdade a gente só ficou mais longe.

Às vezes a gente muda tanto pra conquistar uma pessoa que acabamos impedindo que ela encontre quem procurava.

Amor é tanta coisa, embora o amor seja uma coisa só: decisão.
Amor pode ser dar um sorriso bobo no meio de uma conversa séria ou ser sério no meio de uma conversa boba. Amor pode ser jantar a luz de velas, mas acender velas sem ter nada pra jantar, também! Pra uns, amor pode ser andar de mãos dadas na areia da praia, pra outros pode ser ir à praia sem jamais dar as mãos. As pessoas são diferentes, as maneiras de amar também.
Existem casais introspectivos. Existem os barulhentos. O bom mesmo é que casais existem! O amor nunca muda. Sempre será a mesma coisa. A maneira que escolhemos para demonstrá-lo é que não pode ser.

Antes eu pensava que ignorantes eram somente aquelas pessoas que berram e perdem o controle com facilidade. Até que percebi que ignorante era eu pensando assim! Se a gente for olhar bem, todos nós, alguns menos outros mais, somos ignorantes, afinal ninguém sabe tudo nesse mundo – e ainda que soubesse ficariam coisas no espaço por descobrir. E o pior tipo de ignorância é a ignorância do coração. Quando nenhum dos dois quer admitir que ama, que sente falta e que tem tanta coisa pra falar, mas não fala. Ignorância é ficar longe de quem ama quando tudo que a gente quer é estar perto. Ir ao cinema sozinho como se essa fosse a última moda em París, comprar um vestido muito novo e muito caro pra não usar, dizer que todas aquelas fotos, que continuam na pasta chamada amor, não importam mais...
Esse tipo de ignorância tem nome: Orgulho. Tem cura: humildade. E tem validade: hoje.

A gente não sente saudade de tudo. Só quando o outro é nosso tudo, aí a gente sente saudade.

A saudade é boa quando passa. A paixão quando chega.
O amor quando fica. A lua quando cheia. A dor, assim que some. A vida, só é vida de verdade, quando morre.

É quando a gente não procura. Não vasculha. Deixa de correr atrás (e na frente). De reparar nas reações dela, dele. É quando a gente dispensa um amor detetive e já não tem mais saco pra Sherlock Holmes. É aí que o amor desaparecido, aparece!
O romance não deve ser investigativo, filmes policias é que são. Ficar repassando as frases que o outro disse é divertido, mas não dormir por isso é insônia. O bom romance deve dar sono na gente! Como é bom gostar sem suspeita, porque a gente sabe que quase sempre é o medo que acaba com um relacionamento que ainda nem começou. Medo de perder. Medo de sofrer. Medo de procurando, não encontrar. Não procure, como diz aquele pagode: deixe acontecer naturalmente. Tudo que é natural é melhor. Pagodes são artificiais. Não mate seu amor por asfixia. Deixe o outro respirar. Porque são as nossas dúvidas que sufocam aquilo que já está certo. A ansiedade, depois do punhobol, é o mal do século. Não se conformem com esse século, por mais que isso pareça confortável. Não amem com desespero. Não fiquem a procura de respostas. Amem, e sejam amados, sossegadamente.

Gostar de você é aprender. Acima de tudo aprender.
Acima das diferenças e semelhanças, acima mesmo dos aviões. Gostar de você é esperar. Trancar a porta esperando você bater, pedir para ir embora esperando você voltar.
O gostar é uma dessas outras coisas inexplicáveis da vida, assim como a física e a reprodução dos jacarés.
E agora temos nas mãos essa multidão de coisas que devem esperar. E ninguém vai fazer nada enquanto não souber bem o que fazer.
Vamos aprender: um a gostar outro a entender. Entender porque gosta e gostar mesmo quando não entende.
E sempre acima dos aviões.
Sempre!

A gente se apaixona pelo que está dentro da pessoa. As outras coisas só nos ajudam a continuar apaixonados.

O amor é prédio, cresce em andares, elevador pula fases. Mas ninguém chega na cobertura sem sofrer.

A saudade é a presença que ficou longe. A proximidade que ficou comprida.
O abraço apertado que ainda abraça, só que distante.
A saudade participa da vida de quem ama, só que do lado de fora.
Saudade é a alma gritando que faz falta. É a declaração de amor por dentro, silenciosa.
Saudade é o nome que a gente dá pra sensação esquisita de estar longe de quem a gente sabe que deveria estar perto. Saudade é o frio na barriga do apaixonado, só que ao contrário. Saudade é dedausa, de trás pra frente.
Saudade é o Amor de cabeça pra baixo.

A gente gosta de tudo que o outro fala e até as coisas mais simples do dia ganham um sentido muito mais amplo do que antes. O amor faz isso com a gente.
O amor é uma conversa sem pauta. Um filme que fica melhor sem roteiro. Não existem falas prontas, somente olhares e sorrisos que dia após dia vão ganhando um porque.
Ninguém cai em depressão por amar demais. Espatifa-se em depressão por desamor – que é quando a gente entrega nosso coração de forma errada pra alguém.
A gente vive em uma semana o que não viveu em dez anos e sente uma louca vontade de continuar por dez mil anos vivendo essa semana pra sempre!
Quem ama faz um resumo de toda conversa na volta pra casa e cada casal que se despede vai aprendendo pelas ruas a força da palavra saudade. É só pisar em casa pra ela já se mostrar mais forte que a gente. Como é bom antes de dormir repassar os momentos sem preocupação e sentir uma alegria pura por um momento em que as nossas mãos se encontraram sem querer.
O amor só é bobo pra quem não está amando. O amor é inteiro pra quem decide.
O amor ainda pode nos ensinar muitas coisas.
Uma delas é dizer eu te amo, de verdade. Outra é não dizer adeus, nem de brincadeira.

Fim de tarde, às vezes, é a saudade se apresentando de outro jeito.

A saudade não têm cura por telefone, é temporariamente para sempre. Assim como o vento, que é eternamente passageiro.

Longe a gente fica imaginando. Indo e vindo. Tentando saber como ela está. Se comeu, almoçou?
Longe a gente aprende a confiar na marra. A descansar por livre e espontânea obrigação. A ser criança mesmo sem brincar. Porque nada aperta mais o coração do que a falta de notícia, o naufrago da semana. São mil e uma noites de solidão dentro do minuto em que ela disse adeus e partiu.
Porque quando nada do que a gente faz resolve o bom mesmo é não fazer nada a não ser esperar. Na maioria das vezes a saudade é feito laço de criança que com o tempo se desfaz pra logo a gente fazer outro. Lá no fundo a gente sabe que a despedida é necessária e ninguém, por mais tempo de qualidade que tenha, pode ficar grudado pra sempre. Mas é mentiroso quem diz que no caminho de volta pra casa não fica pensando numa maneira de tornar isso possível
O amor é a decisão que nos motiva a fazer coisas impossíveis por alguém que, quem sabe, não faria nem metade por você! Mas faz – ou acabará fazendo - porque o amor constrange. O amor contagia. Longe quem se ama só imagina. Graças a Deus os dias passam, a semana acaba e chega a hora que ninguém precisa mais de imaginação.

Inesquecível é tudo que é impossível esquecer. Já esquecível deveria ser tudo que foi ruim. Constrangedor. Bad.
O único lugar que as coisas esquecíveis deveriam ocupar na nossa memória é a lata de lixo na confiança de que as coisas que jamais esqueceremos nunca irão parar ali.
Esquecível deveriam ser as brigas que tivemos, causamos ou nos metemos sem querer. Esquecível os erros bobos, mas principalmente os graves, absurdos, os imperdoáveis!
O amor não correspondido, arquivo morto. Demonstrações sinceras de carinho na memória RAM. Já as falsas na memória sapo.
Coisas esquecíveis são feitas de material descartável. Não se recicla. A gente usa uma vez e joga fora. O inesquecível é biodegradável, além de fazer bem a natureza faz bem ao coração!
Porque a gente tem que aprender a passar, feito nuvem, por cima de certas coisas. E deixar que certas nuvens passem por cima das coisas da gente.

E o que a gente faz quando quer ver quem não pode? Pela distância, pela falta de tempo ou de coragem. O que a gente faz quando a saudade é maior que a nossa capacidade de superação? Porque deveria mesmo ter alguma coisa pra nos ajudar a fazer de conta que não é comigo, que tanto faz como tanto fez, tá tudo bem!
O telefone nessas horas recebe tratamento de rei e qualquer mensagem da operadora nos tira a paz que a muito já se foi. Não é pecado sofrer por amor, pecado é fazer de conta que não está sofrendo, que não dói, que não faz diferença.
E faz, bastante!
A semana é repleta de coisas fantásticas, conquistas incríveis. A gente mata um leão por dia e não dá jeito de vencer a saudade de um minuto.
Por que, alguém me explica?
Engraçado como as coisas simples são as que mais precisamos pra viver. Um olhar, um sorriso. Um abraço. Complicado seria não sentir falta, não precisar da presença, não ter chilique, não tentar dormir sem conseguir.
E a gente se preocupa tanto com o outro que esquece da gente. Esquece que a gente ainda tem vida, que ninguém nasceu grudado e que mesmo distante ainda existe vida dentro desse peito. Não é fácil ficar longe de quem gosta, mas facilita a certeza de que esse longe não é pra sempre, de que toda a distância – por maior que seja -, não pode separar quem se ama, jamais!
Ninguém nunca morrerá de amor da mesma forma que é impossível viver sem amar alguém.

Às vezes a gente precisa encarar os fatos e deixar de interpretar – por medo ou saudade – o literal. Aquilo que está na cara. Ali, bem em baixo do nosso nariz e só a gente não vê.
Entender que foi isso mesmo que o outro quis dizer, que pode não ter sido bem o que a gente queria ouvir. Mas que foi exatamente aquilo que precisávamos pra seguir em frente e desencanar.
O problema é a nossa inclinação pra detetive, que o coração faz acreditar ser a nossa vocação. Não é.
Insistimos por semanas num relacionamento que acabou há meses. E só vamos arrastando em nosso peito o que nunca deveria ter ido parar ali! Ver as coisas como são e não como queríamos que fosse é o nosso próprio resgate do naufrágio que a gente mesmo se meteu, por amar demais ou ainda não ter encontrado o amor.
Encarar os fatos pode ser doloroso no começo, mas depois é só libertador. Pois se pra bom entendedor meia palavra basta, o amor ainda se escreve com todas as letras.

E por que a gente tem que ficar mendigando sentimento? Tendo que dar gigantescas demonstrações de amor quando em troca a gente recebe algo tão pequeno, quase zero perto da energia que usamos pra convencer alguém do nosso amor. Sem levar em conta que quase sempre nem é desconfiança do nosso sentimento, só indiferença e desprezo que gera certo prazer em quem tem o outro na mão. Campanha: Não fique na mão de ninguém e nem deixe ninguém na sua mão.
Tomar a consciência que quando a humilhação envolve a conquista já não há mais nada o que conquistar. Que jogando fora o seu amor próprio não vai sobrar amor pra dar pra ninguém. Vale a máxima cristã: o próximo como a si mesmo. Quando tudo já estiver beirando o ridículo se recomponha, ajeite a gravata ou o cabelo e levante, siga em frente!
A vida tem mais pra você do que o descaso e o abuso. Mas o mal que eu não quero pra mim também não desejo pros outros, então se você tem alguém na mão, que por um capricho você mantém por perto só pra inflar o ego, BUM! Exploda esse balão chamado orgulho e dispense logo essa pessoa. Fazendo isso você está ajudando o planeta e liberando a outra pessoa pra viver um grande amor – sempre há alguém esperando a gente do outro lado da rua!

Eu ainda prefiro acreditar no amor que destaque as nossas qualidades ao invés acentuar nossos defeitos. Acredito em um tipo de amor que exige mudança sim, mas que continua o mesmo caso eu não consiga mudar. Eu acredito no amor adulto, que leva em conta tudo que os dois terão que enfrentar para ficarem juntos, mas ainda prefiro o amor criança, que acha que o tudo que enfrentarão ainda será pouco comparado a alegria do pra sempre!
Eu acredito no amor romântico, mesmo que seja um romântico atrapalhado. Mesmo que o poema não saia perfeito e o sapato que a gente deu de presente fique meio apertado...
Eu acredito num amor palhaço, que sabe rir em meio aos problemas. Acredito num amor companheiro, aquele que abraça em meio às dificuldades. Não acredito é no amor covarde, que abandona.
Não admite, esconde. Isso nem é amor, deve ser outra coisa que a gente achou parecido e acabou dando o mesmo nome.
Quem ama não se afasta. Não abandona. Não esquece e perdoa. Quem ama aceita as diferenças, pois entendeu que são elas que fazem as semelhanças terem valor. Quem ama valoriza. Acredito no amor visionário, que não se limita ao hoje nem ao passado. Acredito em um amor verdadeiro, que vale pra sempre e dura a vida inteira.
Eu acredito no amor.

Tudo na vida cansa. E chega uma hora que a gente fica exausto. Com a língua de fora e coração na boca. É quando acaba o gás.
Lá se vai a energia e as desculpas - que a gente mesmo inventava pro descaso do outro. Daí a gente decidi sair dessa dieta sentimental, parar de se alimentar de migalhas, do resto de atenção que antes a gente pensava ser o nosso pão de cada dia. Não era.
Porque no universo não existe nenhuma lei dizendo que ter fé é proibido, mas daqui pra frente vamos combinar que essa fé não pode vir só da gente. E que talvez seja mesmo como diz o ditado: quando um não quer, dois não casam.
Esbaforido a gente cai na real. Aquele chão duro que trás tudo como é e não como a gente queria que fosse. Porque esquecer, você sabe, é uma disposição interna do coração, é algo que precisa acontecer dentro primeiro. Da mesma forma que um dia você decidiu amar alguém!
O impossível, nesses casos de amor, só é mesmo impossível quando envolve o outro. Quando as minhas metas estão ligadas a ele, ela. Quando o deixar pra trás fica dependendo de um ponto final. De um fim. Coisa que o outro não dá por medo de te perder mesmo sem te amar, ou por medo de amar, enquanto não decide, prende pra não perder...
Verdade é que ninguém pode viver numa corda bamba, onde nada se resolve e a nossa vida vai mesmo ficando pra amanhã... E o que mais cansa é acordar pensando na pessoa e saber que ela talvez nem tenha acordado ainda, e quando acordar, certeza, não estará pensando em você.
E é aí: Nesse ponto! Quando já não se quer conquistar ninguém. É bem aí que alguém bate na porta, você abre e encontra o que a tanto tempo procurava: o verdadeiro amor.

Sabe quando você quer muito que de certo sem ao menos se dar conta disso. Quando você acredita, fica na torcida e faz de tudo pra não estragar dando um sai-pra-lá ansiedade e xô preocupação!
Quando naturalmente você enrola as palavras se querer enrolar ninguém. Quando você é sincero em tudo que diz e sabe que ela está sendo sincera também.
Quando você não quer fantasiar demais nem se machucar depois, mas não consegue ficar sem imaginar como será num futuro próximo e que próximo bem que já podia ser amanhã!
É quando sem mais nem menos a gente percebe uma estrela a mais no céu e que a saudade pode fazer aquela mesma lua cheia de sempre ficar ainda maior.
Não há nada mais doce do que a vontade de se ver por ver. Tempo em que a gente planeja tanto, mas bem na hora não consegue falar.
A gente fica bobo. A vida, que já era colorida, ganha ainda mais cor. A gente ainda continua sendo dois. Cada qual com o seu coração. Mas dentro, bem lá no fundo do peito, a gente sabe que na verdade já faz algum tempo que somos um.

As responsabilidades da vida se tornam mais leves quando estamos juntos da mesma forma que são mais pesadas quando nos separamos.
Porque o amor tem tudo a ver com o dia a dia e pra dar sentido a cada dia é que o amor foi criado. Por uma bobeira qualquer a gente logo esquece isso e atravessa os dias de qualquer jeito. Sofrendo por amar demais ou ainda tentando achar uma maneira de amar demais sem sofrer.

O frio na barriga é a prova mais simples de algo difícil de explicar. A saudade a prova de que nada mais precisa de explicação. A gente sem querer acaba enxergando a vida pelo coração e vendo o outro em todo lugar.
Engraçado como um abraço faz falta. Longe a vida vai e volta.
Perto dela a vida vem e fica.

O amor é amor em qualquer época do ano.
Não só no dia dos namorados ou dos elefantes, como querem nos convencer alguns por aí...
O amor não tem estação, data nem horário pra acontecer. O amor não é previsível, as novelas é que são.
Não dá pra saber o que vem pela frente olhando pra trás. As coisas são naturalmente únicas, exclusivamente diferentes. Para uns é simples. Pra outros, complicado. Já vi casais que se falam todo dia mesmo sem ter nada pra dizer. Já vi casais que não se falam quase nunca, dizerem tudo que precisam num olhar. Admiro como aconteceu com fulano e não menosprezo o começo de cicrano, mas o meu amor eu não quero nem assim nem assado.
Porque será meu.
É a minha história e não da Branca de Neve...
Não espere o príncipe encantado a cavalo, porque ele pode vir num burrinho e é possível que você nem o veja passar.
Se a gente fecha a visão muito num alvo acaba perdendo naturalmente todos os outros. Eu não quero ter alvo, quero ter paz. E a gente complica demais o amor, algo que nunca foi criado pra ser complicado.

Anjo deve mesmo ser uma criatura de asas grandes que sempre – sempre – veste branco, aparece do nada e some de súbito. Anjos existem! Mas depois que a gente começa amar alguém anjo de verdade passa a ser o amor da gente!
Anjos naturais protegem. No amor naturalmente a gente protege o anjo.

Quão difícil é estar longe e estando longe querer se aproximar e não conseguir.
A gente fica andando pra cima e pra baixo com abraço acumulado. Com assunto de sobra, a gente sente falta de conversar. E cada um sobrevive como pode no seu mundo, atarefando e sendo atarefado, pra se convencer que o mundo do outro não existe mais. Como se o nosso coração já não tivesse dono, que voluntariamente o próprio coração teimoso escolheu pra chamar de amor. Parece que a nossa obrigação é disfarçar, convencer os amigos de que não gosta mais e ter a honra de dizer que desistiu. Mas no fundo a gente sabe que honra mesmo é acreditar um pouco mais e não desistir bem agora: que a gente tem certeza do que quer, mesmo que fique em dúvida de como conseguir.

Hoje eu acredito no amor que cresce ao mesmo tempo. Que amadurece nos dias longe e que faz sentido nos dias em que estamos juntos. Hoje eu acredito na calma, na paciência. Hoje eu dou mais valor à saudade. Eu não quero nada rápido demais, dizer “Eu Te Amo” antes do tempo, nem pensar!
Hoje eu quero viver cada etapa, aproveitar e aceitar cada estação. Antes eu queria tudo pro mesmo dia. Namoro noivado e casamento numa tarde só. Hoje eu sei que uma tarde inteira é pequena demais pro seu sorriso.
Hoje eu valorizo a nossa amizade e me posiciono contra qualquer desejo que ameace destruir isso. Hoje eu prefiro profundidade à altura. Prefiro a mansidão ao repuxo. Esperar já não é uma questão de tempo e sim de paz.

Tem gente que aparece bem na hora certa na nossa vida. Da a impressão que veio restituir algo que se perdeu ou nos fazer acreditar no amor que a gente desistiu. Por ironia essa pessoa quase sempre é alguém que a gente desprezou porque quis ou pela pressa nunca percebeu. Agora ela está aqui, ouvindo nossas histórias que ninguém quer escutar.
Essa pessoa substitui os melhores amigos que pela correria não poderiam parar pra nos dar atenção. Não é a pessoa que sonhamos, mas não importa, porque ela chega bem na hora em que os nossos sonhos caíram no chão.
A imparcialidade dela é apaixonante, porque vê todo acontecido de fora e nos dá na lata a solução pra nossa vida. É a esperança personificada de amigo. Não sei quanto dura essas coisas porque do nada, quando a gente vai melhorando e se tornando apressado de volta, ela vai embora. Parece, egoísmo à parte, que era uma pessoa submetida pra nossa dor. Uma heroína a moda antiga, sem honra nem glória. Some quando a cortina fecha, desaparece quando a luz apaga.
E se a gente fica tentando explicar muito esse tipo de coisa acaba mesmo desconfiando da existência de Deus.

Amor é a decisão de se apaixonar de uma vez por todas. Todos os dias.

Todo amor deveria nascer de uma amizade. O beijo seria só outra maneira que a gente achou pra conversar.
O outro jamais deveria ser um estranho ao meu lado que eu vou me esforçando pra conhecer enquanto namoramos.
Porque o amor pode unir duas pessoas, mas é a afinidade que vai manter essa união, que vai criar assunto e fazer a gente ter papo.
E qualquer papo é bom quando a gente está com quem nos faz bem! A gente pode até passar horas sem assunto ou ir ao cinema pra ver um filme qualquer, porque num namoro que existe amizade ninguém está querendo provar nada pra ninguém!
Ninguém precisa ficar escondendo os defeitos, sustentando algo que não é. No amor que existe amizade a gente pode ser a gente e saber que o outro vai me aceitar enquanto eu for eu. É se maquiar pra jantar fora, mas também é ficar tranquila pra tomar café sem se maquiar. Quem não conhece um amor assim vive sob pressão!
Contracenando e sendo contracenado. Até que os dois se casem e descubram que se apaixonaram por outra pessoa.
O amor que nasce da amizade não tem esses equívocos e por isso mesmo vai exigir mais perdão. É menos ideal ao ponto que é mais verdadeiro. Pode não começar tão rápido, mas acaba durando a vida inteira.

Toda história mal resolvida precisa de um ponto final pra acabar de verdade da mesma forma um amor de verdade precisa de reticências pra durar para sempre.
O nosso erro é insistir na interrogação numa relação em que os dois já sabem a resposta. Todos os is já têm pingo e os que ficaram sem provam que não eram is de verdade. Às vezes a gente já se acostumou tanto a dizer eu te amo que usa o ponto de exclamação por usar! A gente vai deixando a dor em parênteses torcendo pra que ela nunca saia de lá. É preciso virar a página, começar um novo parágrafo, apagar tudo e recomeçar.
Deus é quem escreve a nossa história, mas a pontuação certa a gente é quem faz.

Amar é perder a vida assim que a encontra. A gente, quando ama, fica com receio de que esse seja o último domingo de Sol. A última lua cheia. A última canção de amor.
Aí esse nome, que até ontem era nada, ganha um significado cósmico! E até uma lojinha do bairro com o nome dela já balança o coração. Amar é assistir a mesma lua cheia de sempre, mas agora sentir uma estranha vontade de dividir com alguém. Amar é escrever pensamentos sem pensar em mais nada. Amar é resumir todos os acontecimentos do mundo num toque de celular.
Amar é achar porto seguro sem nunca ter navegado.
Amar é traduzir num abraço o que o coração não sabe dizer.
Amar é ter no silêncio do peito o grito do mundo inteiro.
Amar é sentir algo muito especial num fim de tarde qualquer.

O amor de verdade não é medido pelo número de vezes que alguém disse eu te amo, e sim pelo número de vezes que não conseguiu dizer nada e amou mesmo assim.

Saudade é mais uma dessas coisas que a gente tem facilidade pra sentir e dificuldade de explicar.

Sabe quando a gente cansa de correr atrás. De implorar. De provar por A + B que a gente nasceu pra ficar juntos, que os gafanhotos conspiram ao nosso favor e que até os bebezinhos sorriam alegres quando passávamos por eles aos tapas...
Porque chega uma hora - me desculpe a franqueza - que tudo isso enche o saco, que o próprio coração pede um ar, um tempo, um time. Please!
Aí a gente começa a reaprender a satisfação e a leveza que é não pensar em ninguém. Sair de casa sem precisar avisar e não ter a agonizante sensação de enforcamento enquanto espera a resposta de uma mensagem que não vem! Aí a gente começa a dar valor pra um dia de sol qualquer. Mesmo que ninguém tenha saído pra jantar e gastado trezentos reais pra comer dois pedaços de uma coisa que você não sabe o nome...
Começamos a perceber que sim, a família dela era fantástica, mas é a minha que está aqui do meu lado pra me apoiar. A gente volta a lavar o carro por higiene e não pro outro reclamar do modelo conversível que você nunca poderá comprar. Uma camisa nova, um vestido redescoberto no armário nesse momento é TUDO. Dá uma alegria simples que lembra a infância e contrasta com o tempo que a felicidade quase sempre dependia do telefone.
Lembramos dos amigos. Que provam mesmo ser amigos por não terem esquecido da gente – como fizemos quando estávamos cegamente apaixonados. E como é bom não ter hora pra voltar, não ter juras de amor pra fazer. Não precisar provar – amor ou saudades – pra ninguém!
Tempo de esquecer o que passou. Usar o ditado “foi bom enquanto durou”. E se o saudosismo começar a ficar demais, ser sincero pra admitir que nem foi tão bom assim! Porque só quem já sofreu por amor sabe como é bom não estar sofrendo por ninguém. Olhar bolsa de valores ir ao chão e não dar a mínima. Faz bem às vezes não ter compromisso e ficar à toa em casa ou de frente pro mar com o pensamento no nada, ir e vir sem preocupação imitando as ondas do mar. Ter a consciência que já era. Acabou.
E quer saber: até que enfim!

O meu cúpido – aquele anjo menor de idade, com porte ilegal de arco e flecha e opinião forte – tirou férias. Foi a Pasárgada, descansar as asas, ficar de frente pro mar balançando na rede sem precisar acertar o coração de ninguém! O erro é pensar que só existe um cúpido pra tanta gente no mundo. Outro erro é pensar que cúpido existe. Os gregos o chamavam de Eros, eu chamo de desemprego – que às vezes é o motivo pra gente ficar pensando na vida ao invés de vivê-la. Ponderando coisas sobre o amor quando o que a gente deveria mesmo fazer é amar alguém. O mundo todo parece estar casando ao nosso lado e quero ter a certeza que a única preocupação que isso deve me causar é se serei convidado.
Saber desfrutar do meu momento sem deixar de alegrar-me com o presente de um amigo é uma chave pra viver em paz. A licença-cúpido é só um afastamento temporário daquilo que já é certo na nossa vida. É um quebra galho, uma desculpa boa, outra maneira de dizer que chega de chilique, não quero pensar nessas coisas (cama mesa e banho) quero apenas viver.
Fazendo bem feito o que me vêm às mãos fico com elas ocupadas demais pra tentar agarrar qualquer coisa que não seja pra agora. Tendo a certeza que será muito mais perfeito na hora que for pra ser, de verdade.
Piegas seria não falar sobre ansiedade. Discordar que pior do que o homem estar só é estar só e preocupado.
Casais se formam aos bandos? Namoros brotam como flores no campo? Normal, é primavera lá fora.
A verdade é que aqui dentro ainda é inverno. Tempo de ter o coração gelado e amar – batendo o queixo – uma pedra de gelo.
Consciente que no meio dessa revoada de pombinhos serei mesmo um corvo solitário nadando contra maré, na certeza que na verdade isso é bater asas a favor do vento.

Saudade é a alma gritando para um coração surdo pra dor.
Saudade é uma lembrança boa do avesso.
Saudade é a alma escrevendo onde o coração já deu ponto final.

O coração da gente é oco. Lá dentro do coração faz eco. E pro coração da gente todo amor é pouco.

E por que chega uma hora que parece que todo o Conto de Fadas acaba? A Cinderela depois da meia noite - às vezes até antes - perde o encanto e o príncipe quase sempre vira sapo.
Complicado...
É quando a gente já não quer mais saber quem foi a Bela e a fera da relação, quando tanto faz o final, quando o acaba logo tem mais valor do que o viveram felizes para sempre.
É quando a gente já não quer mais defender ninguém do lobo mau que percebemos que todo sofrimento faz mesmo a gente crescer e que talvez agora – depois de tanta dor, humilhação e tristeza – estamos prontos pra viver uma história de amor, o era uma vez de verdade.
A realidade começa onde o Conto de Fadas acaba.
As brigas defeitos e erros só serão problemas pra quem não decidiu amar de verdade. Porque a decisão de amar faz a gente perceber que mesmo com tpm, espinhas e defeitos a Cinderela continua encantada. E por mais indeciso que seja, quem foi rei não perde a majestade.
Príncipe é príncipe. Sapo é sapo.
FIM.

Amar é uma decisão boa. Quando engraçada passa ser melhor ainda.
Porque o amor é menos beleza que endorfina. Rir é bom. Já a beleza, como dizem, cansa. Riso revigora. Beleza chama atenção de todo mundo no começo, é bom. Depois chama atenção só dos outros, é péssimo. O riso cativa a qualquer hora, mesmo na madrugada, que a gente está meio dormindo e tem preguiça de rir ou só não consegue entender a piada.
Repete?
Depois do martelo o riso é o quebra gelo pra qualquer conversa. E não existe quem não queira rir, o que existe é gente que pensa que rir demais faz mal. Mas já se sabe que mal quem faz é o Lex Luthor. Rir emagrece e é de graça. Ficar bravo custa caro e engorda - pelo menos as farmácias, que vendem remédios de depressão.
Depressão: Buraco bem grande que a gente mesmo cava, pula e depois não consegue sair (sim, esse pensamento foi depressivo).
Rir de tudo. Rir do nada. Rir sozinho. Rir junto. Rir muito. Rir do riso. Chorar de tanto rir. Bom demais!
Porque às vezes a gente tem a impressão que foi pra isso mesmo que a gente nasceu ou era isso que estávamos fazendo antes de virmos pra cá: fica explicado o choro. O riso, aquele bom: não tem explicação!
Casais não precisam ser engraçados, precisam rir. Assim como um carro não precisa ser bonito, precisa andar – e ser bonito. Quero passar o resto da minha vida ao lado de alguém que me faça rir e que eu consiga fazer o mesmo com ela. Quero mais gargalhadas, menos lágrimas. Se cair que seja rindo, se morrer que seja de tanto rir. E se beber, não dirija.

As brigas não podem acabar com o amor.
É o amor que aos poucos vai acabando com as brigas.
Casais não foram feitos pra concordarem em tudo e sim pra ficarem juntos – mesmo discordando – pra sempre! Quem procura a alma gêmea já encontrou seu amor no espelho. Quem não procura aprendeu a descansar.
Porque no final a gente acaba sentindo falta do que não temos e aquilo que temos faz com o que o outro sinta falta da gente.
Um completa o outro e isso é bem mais que suficiente.

Quando chegar você vai saber.
A dúvida é prova que o amor ainda não chegou. Porque quando é pra sempre a gente sabe, de alguma forma Deus confirma e a paz assina em baixo. A gente fica leve.
O amor de verdade emagrece o espírito.
O de mentira só vai deixando a gente obeso.
Amor é achar o outro a pessoa mais linda do mundo sem ter rodado o mundo inteiro. É conversar horas sobre qualquer coisa sem ter assunto e ter muito assunto, mas falar sobre qualquer coisa. É não conseguir disfarçar o riso no meio de uma discussão boba e ser bobo no meio de uma discussão séria. É ser apaixonado pelas qualidades, mas não conseguir viver sem os defeitos. É ter dependo-afetividade. Abstinência presencial. Precisar de abraçoterapia.
Eu não desejo menos do que isso pra ninguém!

A gente não precisa de alguém que se esforce pra nos amar. Alguém que naturalmente não goste da gente.
A gente merece um amor inteiro. Que nos ame como somos e aceite os erros que a gente trás. A gente não precisa se apaixonar por qualquer pessoa e nem entregar o nosso coração pra qualquer um! A gente não precisa estar com quem não gosta só pra preencher um vazio que no tempo certo iria embora.
A gente não precisa diminuir os nossos sonhos, só compartilhá-los. Por nada deixar os amigos, devemos nos aproximar.
A gente não deve se entregar antes de conhecer.
E jamais dizer eu te amo quando apenas gosta de alguém.

A gente gosta do sorriso, mas mesmo quando ela não sorri a gente continua gostando.

Eu não acredito em amor a primeira vista. Eu acredito em amor a primeira briga. E muito mais amor depois de milhares de outras.
Se o amor a primeira vista fosse tudo os cegos ficariam sem nada e os estrábicos sempre estariam correndo o risco de amar demais a pessoa errada.
Eu acredito no amor operário. Aquele que a gente constrói dia a dia, tijolo por tijolo. Perdão em cima de perdão.
Não acredito em amor pré-moldado com data e hora pra acontecer. Gente que fica junto porque combina. Acredito só em gente que fica junto porque se gosta.
O ditado não falha: É melhor estar sozinho do que sendo enganado – ou se enganando.
Pra escolher um bom partido você não precisa entender de política, só precisa se entender primeiro. Lembrar das vezes que se machucou por se entregar tão rápido ou das vezes que machucou alguém por não querer se entregar.
Aprender com os erros é importante quando e trata do coração. Esquecer todos os erros, às vezes, também!

Pensando bem a gente deve mesmo mergulhar na nossa sina. Destino. No nosso chamado. Ser o que a gente nasceu pra ser e pronto. Só quem não entende o caminho natural das coisas é que vai contra a própria natureza.
Porque do nada a gente percebe que está exatamente onde deveria estar e se isso ainda não acontece a gente fica com aquela sensação no coração de que deveria estar em outro lugar, fazendo outra coisa.
Ninguém nasceu só pra fazer mais peso na terra, porque todos nós temos um propósito e a terra sozinha já é pesada demais!
A gente só precisa de um amor que caminhe junto com a gente. A gente precisa de força de vontade pra caminhar e fé pra continuar caminhando.

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